terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Amar é para idiotas

Amar é para idiotas
Serve única e exclusivamente para nos retirarmos um pouco da realidade que é a vida. É realmente uma tentativa de romantizar ao estilo de Hollywood, dos filmes que nos encantam e fazem sonhar com os finais felizes e em que tudo é belo. Tal e qual como os milhares de livros de auto ajuda, auto conhecimento e similares, que servem maioritariamente, para quem os escreve ou publica, encherem os bolsos à custa de quem precisa realmente de ajuda. Já para não falar da Igreja que durante séculos semeou ódio e medo, é a qual ainda hoje poem padres a falar de família, que é uma coisa absurda pois falam de algo que lhes é vedado. Adiante...
Ninguém, hoje em dia sabe o que é amar. Gostar talvez. Para isso contribui a sociedade actual, se bem por um lado mas mal por outro, em que tudo tem de ser a correr, sem tempo, sem contacto, sem privacidade, sem carinho mas com muito stress.
Começa tudo logo pelo princípio.
Conher na altura certa a pessoa certa (caso cada vez mais raro), ou então, em ordem crescente de mais comum:
A pessoa certa na altura errada;
A pessoa errada na altura certa ;
A pessoa errada na altura errada.
Na primeira talvez ainda consigam fazer com que a relação dê certo, lutando contra algumas adversidades do quotidiano, e até se calhar se amém. Mas como referi, se já era raro...nos tempos que correm cada vez mais raro é.
As outras, nunca se irão entender. Amar aí nesses casos é impossível já que são precisos dois para "dançar o tango". Ainda para mais quando já são segundas, terceiras, quartas, ou seja lá as que forem, relações com uma pessoa diferente. Por muito que se tente, existem sempre conflitos com a ou as relações anteriores de cada um. Cada qual com seus traumas e intransigências, impaciências. No qual o contacto maioritariame é feito à distância e quando é feito in loco, é após dias de stress e com um acumular de emoções irracionais em que nada contribuem para o bem estar e diálogo sensato.
Amar é para idiotas também porque se há alguém que ame e queira ser verdadeiramente amado, com o tal espectro romântico da vida...acaba por ter desilusões cada vez maiores e mais profundas. Já não existem madres Teresa de Calcutá, que amava a todos, mesmo sendo neste contexto um amar diferente, mas que era retribuído pelo seu amar.
Para os poucos que ainda pensam que realmente existe um amar real...esqueçam.
Isolem-se de preferência. Evitem sempre que possível contactar com pessoas. Esse coração que ainda mantém essa ilusão, tem de ser de pedra até que finalmente possam estar em convívio. Vai ser difícil mas não impossível. Preparar para, mesmo na solidão, desatar a chorar ao ver a solidão em que se está. No trabalho tentar disfarçar sendo um palhacinho sem mostrar o quão está o coração a sangrar. E ao sair regressar de imediato a casa para só voltar a sair para ir trabalhar. Sim. Caminho penoso e longo. Mas o único que os ainda pode tornar normais.

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